pro alcool

As regiões produtoras de açúcar e álcool apresentam hoje grande concentração de terras. Nesses locais, a monocultura substituiu a agricultura familiar. Esse modelo de produção gera um contingente de 1,2 milhão de trabalhadores informais, ocupados apenas durante as safras e submetidos a condições de insalubridade e de injustiça social. Isso mostra que mesmo a produção de combustíveis renováveis, como o álcool, pode provocar impactos sociais e ambientais negativos.

Quando se criou o PROALCOOL, dizia-se que esse programa seria a salvação da chamada Zona da Mata do Nordeste, tradicional produtora de cana-de-açúcar. Tratava-se de um programa que, do ponto de vista da mudança do combustível, era muito mais complexo, pois seriam necessárias modificações dos motores dos carros. Além disso, iria substituir um combustível que o Brasil já produzia de sobra, pois o país já exportava o excesso de produção de gasolina. O programa de biodiesel é muito mais atraente que o do álcool, pois vai permitir a substituição do óleo diesel, que é importado, e não implica modificações nos motores.

Dizia-se, ainda, que seria um grande programa social com a criação de milhões de empregos e com o uso de minidestilarias. O que ocorreu, contudo, é que o PROALCOOL transformou-se num programa que beneficia as grandes empresas de equipamentos e os grandes usineiros. O resultado disso foi o aumento da exclusão social, pelo aumento dos bóias-frias, e a invasão de áreas antes produtoras de grãos. Portanto, é fundamental que se faça uma reflexão sobre isso, para que um programa de biodiesel não venha, mais uma vez, beneficiar os grandes, em detrimento da grande massa de excluídos.

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